quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Exercícios de Revisão 3º trimestre


EXERCÍCIOS DE REVISÃO 3ºS ANOS DO ENSINO MÉDIO


1. Analise as características a seguir e classifique com o respectivo período literário. No caso do Romantismo, definir a geração:

a) Literatura descritiva, sem compromisso com a Arte.

b) Verdade objetiva, detalhista, baseada nas ciências, como por exemplo o Positivismo (ordem e progresso) e o determinismo (o meio influencia e determina o homem).

c)Sentimentos obscuros, depressivos, de amor impossível, implicando no desejo de morte.

d) Arte do conflito, das dualidades, em linguagem difícil expressa pelo cultismo e conceptismo.

e) Ufanismo, retorno ao passado histórico na figura do índio como o herói idealizado.

f) Literatura de informação e catequese.

g) Linguagem clara, sem sentimento de culpa, fingimento poético na utilização de ambientação e pseudônimos pastoris.

h) Poesia crítica-social, principalmente sobre as questões abolicionistas. Também chamado de Pré-Realismo.

i) Novo público leitor: as mulheres e os estudantes.


2. Qual a divisão do Modernismo em Portugal e quais seus principais representantes?

3. Cite características presentes na Literatura Africana de língua portuguesa.





GABARITO:


1.
a) Quinhentismo
b) Realismo / Naturalismo
c) Romantismo: 2ª geração "Ultrarromantismo" ou "Mal do século"
d) Barroco
e) Romantismo: 1ª geração "Indianista" ou 'Nacionalista"
f) Quinhentismo
g) Arcadismo
h) Romantismo: 3ª geração "Condoreira"
i) Romantismo

2. O Modernismo em portugal é dividido em 2 gerações: Orfista e Presencista. Os principais representantes da 1ª geração Orfista: Mário de Sá-Carneiro e Fernando Pessoa. Da 2ª geração Presencista: José Saramago.

3. Características da Literatura Africana de língua portuguesa:

  • Resgate pela sua cultura e identidade;
  • Literatura engajada;
  • Colonialismo/Nativismo;
  • Denúncia dos horrores da guerra;
  • Utopia da construção de nações livres;
  • Busca de uma identidade que foi apagada pela opressão colonialista;
  • Libertação feminina.

MODERNISMO EM PORTUGAL



Trata-se de um período amplo, no qual duas vertentes são muito importantes: o Orfismo e o Presencismo, cada um com características marcantes e de grande influência.
O nome Orfismo está vinculado aos escritores ligados à revista Orpheu, responsável por levar para Portugal às discussões culturais da Europa, um continente imerso na eclosão da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Os intelectuais ligados à publicação buscavam deixar de lado o então acanhado meio cultural português, voltando-se para um mundo novo, regido pela velocidade, pela técnica, pelas máquinas e por infinitas possibilidades de visão do mundo.
A revista, embora influente no meio literário, teve apenas dois números em março e junho de 1915. Os destaques eram Mario de Sá-Carneio e Fernando Pessoa.

Um segundo momento foi o Presencismo. O nome vem da revista Presença, “Folha de arte e crítica”, fundada em 1927, em Coimbra, por Branquinho da Fonseca, João Gaspar Simões e José Régio. Reuniu aqueles que não participaram do Orfismo e buscou aprofundar discussões sobre teoria da literatura e sobre novas formas de expressão. Com dificuldade, conseguiu se manter até 1940. A influência das ideias da psicanálise freudiana foi grande no sentido de reforçar os universos da individualidade criativa, da análise psicológica e da intuição.

Um dos principais autores desta geração foi José Saramago, autor ganhador do cobiçado prêmio Nobel de Literatura de 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prêmio literário da língua portuguesa.



FONTE: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/portugues/

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

LITERATURA AFRICANA DE LÍNGUA PORTUGUESA

 LITERATURA PRATICADA NOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA 

Em Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, o escritor africano vivia, até a data da independência, no meio de duas realidades às quais não podia ficar alheio, a sociedade colonial e a sociedade africana. A escrita literária expressava a tensão existente entre esses dois mundos e revelava que o escritor, pelo fato de sempre utilizar uma língua europeia, era um “homem-de-dois-mundos”, e a sua escrita, de forma mais intensa ou não, registrava a tensão nascida da utilização da língua portuguesa em realidades bastante complexas.

Ao produzir literatura, os escritores forçosamente transitavam pelos dois espaços, pois assumiam as heranças oriundas de movimentos e correntes literárias da Europa e das Américas e as manifestações advindas do contato com as línguas locais.

Esse embate que se realizou no campo da linguagem literária foi o impulso gerador de projetos literários característicos dos países que assumiram o português como língua oficial. Tal realidade entra ainda em conflito com a época em que estes territórios lutavam para conquistar sua independência, onde a dualidade colonialismo/nativismo ficou mais evidente ainda, momento em que países como Guiné-Bissau passam a produzir literatura em línguas locais com maior profusão, num resgate pela sua cultura.

LITERATURA ENGAJADA

A literatura não se preocupa em mobilizar apenas o sentimento do leitor, mas sua consciência, Por isso, muitas vezes trata de questões políticas e ideológicas. Quando esse objetivo predomina numa produção literária, estamos no terreno da literatura engajada, que, grosso modo, procura denunciar aspectos problemáticos da realidade em que vive o escritor, de forma a construir para que se produzam certas mudanças na sociedade da qual ele faz parte.

Na literatura africana em língua portuguesa predomina esse engajamento, que se centra nas lutas pela libertação dos territórios colonizados pelos portugueses.

Como se sabe, diversos países do continente africano foram ocupados pelos portugueses desde o século XV: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Ilhas de São Tomé e Príncipe, o arquipélago de Cabo Verde. O processo de libertação desses países só se concluiu em 1974.
Muitos escritores africanos do século XX participaram ativamente na luta pela libertação desses povos. Agostinho Neto, por exemplo, fundou o clandestino Movimento anticolonialista (MAC). O FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique) contou com a participação de vários escritores.

Não se pode subestimar o papel significativo que as mulheres africanas exerceram nesta literatura; em seus livros elas relatam suas experiências complexas e peculiares, em um continente no qual as mulheres ainda enfrentam problemas típicos dos séculos passados, como a poligamia, ser mãe, a prostituição e a subjetividade feminina, além das formas encontradas para fugir da intensa repressão que sofrem.

Muitos autores brasileiros influenciaram autores africanos.

Não se deve esquecer da literatura oral que circula nas nações africanas, literatura rica em contos, fábulas, mitos, lendas, entre outros gêneros.
Do século XVI ao século XIX, mais de 90% da população dominada pelos portugueses não sabia ler nem escrever. Consequentemente, a população literária constituía-se, como no Brasil do século XVI, da literatura de viagens. São obras de escritores portugueses, voltadas para o exotismo da África.

Uma literatura de caráter nacional despontou timidamente no início do século XX, no período dos movimentos da negritude. O romance O segredo da morta, de Antônio de Assis Júnior, que foi publicado como folhetim em um jornal angolano e depois em livro (1935) é um marco na história da literatura angolana de caráter nacional. Obra de mistério arquitetada com admirável técnica, incorpora um vasto repertório de provérbios, adivinhas e expressões populares de Angola. É o olhar nacional que se impõe ao colonizador.

Mas foi na segunda metade do século XX que despontaram de fato os escritores de ascendência africana. A produção predominante é de poesia, e muitos dos nomes mais expressivos dessa poesia também faziam parte dos movimentos de libertação.

Depois da libertação, apesar de língua portuguesa não ser falada por toda a população, foi ela a eleita como língua oficial dos cinco países africanos que passaram por esse processo.


Na fase que se seguiu à Independência (1974), tendências literárias diversas formaram a literatura africana de expressão portuguesa. Entretanto, o consumo dessa literatura na própria África é pequeno, pois boa parte da população do continente ainda é analfabeta.

A literatura africana combate o exotismo sob todas as formas, quer se apresente recuperando narrativas tradicionais, quer utilize ritmos significantes emprestados das culturas populares.

Como se percebe, a poesia das ex-colônias portuguesas, nos tempos das lutas pela libertação e logo após a conquista da autonomia política, é marcada pela denúncia dos horrores da guerra, pela utopia da construção de nações livres, pela busca de uma identidade que foi apagada pela opressão colonialista. Entretanto, não deixa de lado temas recorrentes da lírica universal.

Prezi: https://prezi.com/miugl213m8ig/copy-of-copy-of-literatura-africana/



quinta-feira, 13 de outubro de 2016

REALISMO

REALISMO NO BRASIL 

As ideias avançadas do cientificismo e do materialismo europeu contaminam a elite brasileira. Opõem-se ao idealismo e ao espiritualismo romântico, pois nada que não pudesse ser visto, medido e examinado deveria merecer atenção.

Surge a civilização industrial, massas trabalhadoras e os sindicatos.

Movimento que luta por uma retratação do mundo mais objetiva, menos fantasiosa, com uma visão e interpretação racional.

Ataca os fundamentos ideológicos da sociedade burguesa e suas instituições: o casamento,o clero, a escravidão do homem ao trabalho como meio de “vencer na vida”, os ricos e pobres – os marginais – as prostitutas – os operários.

Características

O Positivismo (o primado da ciência, ordem e progresso);

Evolucionismo (leis biológicas = evolução natural);

Determinismo (instinto, raça, hereditariedade);

Impassibilidade – contenção emocional – (busca-se uma explicação lógica e científica para o comportamento);

Objetivismo – (verdade exata);

Predomínio das Sensações – (realista, sensorial e sexual);

Temas contemporâneos – (crítica social, burguesia, contra o clero, contra o capitalismo selvagem);

No Brasil, o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo são simultâneos e não sucessivos.

A literatura passa a ser aceita pelos setores instruídos das classes dominantes e das camadas médias.

A figura mais expressiva da corrente realista foi Machado de Assis, pela excelência da obra que determinou um salto qualitativo que marcou a maturação das nossas letras.

Foi um indivíduo excepcional: mulato, de origem humilde, conseguiu estudar e trabalhar como tipógrafo na Imprensa Nacional. Escreveu desde muito jovem para diversos jornais e revistas do Rio de Janeiro.

O Realismo inaugura-se no Brasil em 1881, Com Memórias Póstumas de Brás Cubasde MACHADO DE ASSISMachado de Assis é o grande representante do Realismo no Brasil e considerado o “O analista da alma humana”.

No romance – “não quis fazer romance de costumes” os romances são de observação psicológica e o interesse como móvel principal das ações humanas.
Importante lembrar que, mundialmente, o Realismo tem sua origem na França com a obraMADAME BOUVARY  do autor Gustave Flaubert.


NATURALISMO

Um Realismo mais extremo (exacerbado).

Buscou analisar o comportamento humano ressaltando os aspectos instintivos e biológicos.

Fez do romance um laboratório da vida e do homem um caso animalesco.

Preferiu temas “degradantes” da condição humana com taras, vícios, sedução, homossexualismo.

Aproximou o homem ao animal – zoomorfismo.

Determinismo = raça, meio e momento.

A investigação da sociedade e dos caracteres individuais ocorre “de fora para dentro.”

OBRAS NATURALISTAS:
O MULATO (1881) – obra de início do Naturalismo.
O CORTIÇO (1890)

Ambas as obras de ALUÍSIO DE AZEVEDO: Jornalista e desenhista caricaturista escreveu romances, contos, operetas e revistas teatrais. 

ROMANTISMO

ROMANTISMO NO BRASIL 

O movimento romântico cultua o amor com base na irracionalidade, o individualismo e o subjetivismo.
 Primeira geração – Nacionalista ou Indianista -  nesta, o ufanismo, em decorrência da recente independência do país, fez com que prevalecesse um verdadeiro sentimento de nacionalidade, no qual o culto pela cultura primitiva, em especial à figura do índio, teve sua palavra de ordem. A título de representatividade, vejamos alguns fragmentos pertencentes a uma criação de Gonçalves Dias:

Canção do exílio

"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
[...]
Gonçalves Dias


Principais autores e obras:
José de Alencar - Iracema
Gonçalves Dias – I-Juca Pirama

Segunda geração – Também conhecida como Ultrarromântica, em virtude do exacerbado egocentrismo e da contundente melancolia. Os representantes dessa geração eram extremamente pessimistas, e por levar uma vida desregrada, vivendo em ambientes sombrios e úmidos e fazendo parte da boemia, foram acometidos pelo chamado “Mal do Século”, morrendo precocemente em função de doenças adquiridas pelos maus hábitos.
 Observemos alguns trechos de um de seus representantes:

 Lembranças de Morrer

Quando em meu peito rebentar-se a fibra, 
Que o espírito enlaça à dor vivente, 
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente.

E nem desfolhem na matéria impura 
A flor do vale que adormece ao vento: 
Não quero que uma nota de alegria 
Se cale por meu triste passamento.
Eu deixo a vida como deixa o tédio 
Do deserto, o poento caminheiro 
- Como as horas de um longo pesadelo
Que se desfaz ao dobre de um sineiro;

Como o desterro de minh'alma errante, 
Onde o fogo insensato a consumia: 
Só levo uma saudade - é desses tempos
Que amorosa ilusão embelecia.

Só levo uma saudade - é dessas sombras 
Que eu sentia velar nas noites minhas ... 
De ti, ó minha mãe! pobre coitada 
Que por minha tristeza te definhas! 
[...]
Álvares de Azevedo 


Detectamos um intenso pessimismo proferido pelo autor, no qual a natureza se torna cúmplice do sofrimento vivido por ele, servindo como pano de fundo para o revelar da desesperança em relação à plenitude da vida. 

Terceira geração – Ou Condoreira, voltada para o social, preconiza o ideário de liberdade em relação às mazelas instituídas pela sociedade. Tem como seu principal representante o poeta Castro Alves, mais conhecido como o poeta dos escravos. Analisemos um exemplo: 

Navio Negreiro 

'Stamos em pleno mar. Doudo no espaço 
Brinca o luar - dourada borboleta; 
E as vagas após ele correm... cansam 
Como turba de infantes inquieta. 

'Stamos em pleno mar. Do firmamento 
Os astros saltam como espumas de ouro... 
O mar em troca acende as ardentias, 
- Constelações do líquido tesouro... 

'Stamos em pleno mar. Dois infinitos 
Ali se estreitam num abraço insano, 
Azuis, dourados, plácidos, sublimes... 
Qual dos dous é o céu? qual o oceano?... 

'Stamos em pleno mar. Abrindo as velas 
Ao quente arfar das virações marinhas, 
Veleiro brigue corre à flor dos mares, 
Como roçam na vaga as andorinhas... 
[...]
Castro Alves 


Constatamos uma verdadeira indignação por parte do autor no que se refere ao tema da escravidão brasileira, que por muito tempo se perpetuou pelas entranhas da sociedade.

domingo, 25 de setembro de 2016

ARCADISMO

Arcadismo é o período que vem depois do Barroco, podendo ser chamado também de "Setecentismo", já que ele ocorreu nos anos 1700 (século XVIII). 





Entenda o contexto

Era a época do Iluminismo na Europa, da Revolução Francesa, da Independência das Treze Colônias na América do Norte e essas ideias de "liberdade", "igualdade" e "fraternidade" que nasceram na Filosofia Francesa chegaram ao Brasil, inspirando a Inconfidência Mineira. O Brasil era colônia de Portugal e o desejo de liberdade e de independência ficava cada vez mais intenso por aqui. Porém, escrever sobre isso era perigoso e, por conta disso, os escritores do período costumavam usar pseudônimos. 

É importante observar que o Arcadismo brasileiro passa a ter características mais próprias, diferenciando-se da Literatura europeia. Sendo assim, a Literatura Brasileira passa a ter mais identidade, passa a "andar mais com as próprias pernas", a ter mais autonomia. 



Características que você precisa saber:

Crítica da vida nas cidades ("fugere urbem" ou "fuga da cidade"), valorização da vida no campo (vida bucólica), vida mais simples e natural, uso de apelidos, linguagem mais simples, valorização do momento presente sem culpa (Carpe Diem) pastoralismo (vida pastoril no campo), sentimentos mais espontâneos, pureza dos nativos (mito do "bom selvagem", de Rousseau). 

  • bucolismo (valorização da vida simples, do campo,  pastoril);
  • exaltação da natureza (é o lugar do refúgio poético em oposição à vida urbana);
  • pacificidade amorosa (há relacionamentos tranquilos);
  • a mitologia pagã; (Mitologia Grega, sobretudo)
  • clareza  e simplicidade na escrita; (não há uma preocupação formal, apesar do uso de sonetos, em muitos casos)
  • fingimento poético (a escrita é feita sob pseudônimo, por tratarem sobre temas que não correspondem com a realidade do período histórico)


Autores do período no Brasil:


CLÁUDIO MANUEL DA COSTA (APELIDO: GLAUCESTE SATÚRNIO)

Poesia Lírica: 
“Obras Poéticas”, a obra que marcou o início do Arcadismo no Brasil. O autor se declara para sua musa (Nise), mas vive se lamentando por não ser correspondido por ela. Nise é uma figura distante, não se manifesta e nem é descrita com detalhes. A lírica se limita a lamentação do autor em não ser correspondido. Possui traços do barroco (como inversões) apesar de ser árcade e tem afinidade com a tradição clássica (à lírica de Camões).

Poesia Épica: “Vila Rica”. Diz a respeito a descoberta das minas, fundação de Vila Rica, entradas e bandeiras, revoltas locais, etc. Destaca-se a descrição da paisagem local. Tem afinidade às tradições clássicas.


TOMÁS ANTÔNIO GONZAGA (APELIDO: DIRCEU)

Poesia Lírica: “Marília de Dirceu”. Poesia de transição entre o Arcadismo e o Romantismo. A mulher (Marília) é descrita de uma forma mais emotiva, espontânea, humana e real, comparando com Nise, de Cláudio Manuel. O tema do distanciamento da mulher amada e do sofrimento em virtude disso é encarado de uma forma mais real.

Poesia Satírica: “Cartas Chilenas”. Foi um meio que Gonzaga usou para criticar o governador da capitania de Minas Gerais (Luís da Cunha Meneses) e seus assessores. Essas cartas circulavam pela cidade e não se sabia a autoria, pois essas cartas eram escritas baseadas em pseudônimos (Luís da Cunha Meneses X Fanfarrão Minésio, mineiras X chilenas, Vila Rica X Santiago, Doroteu – destinatário – e Critilo – quem assinava).


BASÍLIO DA GAMA (APELIDO: TERMINDO SIPÍLIO)

Poesia Épica: Uraguai
Estrutura: não copia o modelo clássico de Camões (sem estrofação, versos brancos, início do poema com a ação em pleno desenvolvimento). A história trata da guerra entre jesuítas e índios contra os portugueses e espanhóis com a aprovação do Tratado de Madri, que trocava a posse da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões.

Características temáticas: O índio é visto como um herói moral, pois ele é manipulado pelo jesuíta (anti-jesuitismo). Crítica à guerra (a necessidade da guerra é questionada). A história não é mudada (os portugueses e os espanhóis vencem). A descrição é fiel à paisagem (natureza bruta, figura do índio – nativismo).


FREI JOSÉ DE SANTA RITA DURÃO

Poesia Épica: Caramuru
Estrutura: copia o modelo clássico camoniano
História: narra a história de um náufrago português, Diogo, que vai acabar parando numa tribo indígena.

Características temáticas: vai escrever o poema épico baseado no que ele ouviu ou leu. Ele teve pouca vivência no Brasil, por isso é inferior ao Uraguai, que traz uma maior riqueza da descrição brasileira. 


QUESTÕES ENEM:

QUESTÃO 110 ENEM 2015
Casa dos Contos


& em cada conto te cont
o & em cada enquanto me enca
nto & em cada arco te a
barco & em cada porta m
e perco & em cada lanço t
e alcanço & em cada escad
a me escapo & em cada pe
dra te prendo & em cada g
rade me escravo & em ca
da sótão te sonho & em cada
esconso me affonso & em
cada claúdio te canto & e
m cada fosso me enforco &
(ÁVILA, A. Discurso da difamação do poeta. São Paulo: Summus, 1978.)

O contexto histórico e literário do período barroco- árcade fundamenta o poema Casa dos Contos, de 1975. A restauração de elementos daquele contexto por uma poética contemporânea revela que
A) a disposição visual do poema reflete sua dimensão plástica, que prevalece sobre a observação da realidade social.
B) a reflexão do eu lírico privilegia a memória e resgata, em fragmentos, fatos e personalidades da Inconfidência Mineira.
C) a palavra “esconso” (escondido) demonstra o desencanto do poeta com a utopia e sua opção por uma linguagem erudita.
D) o eu lírico pretende revitalizar os contrastes barrocos, gerando uma continuidade de procedimentos estéticos e literários.
E) o eu lírico recria, em seu momento histórico, numa linguagem de ruptura, o ambiente de opressão vivido pelos inconfidentes.

RESPOSTA: LETRA E

(Enem 2008)  Texto para as questões 01 e 02
1Torno a ver-vos, ó montes: o destino
Aqui me torna a pôr nestes outeiros,
Onde um tempo os gabões deixei grosseiros
4 Pelo traje da Corte, rico e fino.
Aqui estou entre Almendro, entre Corino,
Os meus fiéis, meus doces companheiros,
7 Vendo correr os míseros vaqueiros
Atrás de seu cansado desatino.
Se o bem desta choupana pode tanto,
10 Que chega a ter mais preço, e mais valia
Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.
Aqui descanso a louca fantasia,
13 E o que até agora se tornava em pranto
Se converta em afetos de alegria.
Cláudio Manoel da Costa. In: Domício Proença Filho. A poesia dos inconfidentes. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2002, p. 78/9.

01. Considerando o soneto de Cláudio Manoel da Costa e os elementos constitutivos do Arcadismo brasileiro, assinale a opção correta acerca da relação entre o poema e o momento histórico de sua produção. 

A) Os “montes” e “outeiros”, mencionados na primeira estrofe, são imagens relacionadas à Metrópole, ou seja, ao lugar onde o poeta se vestiu com traje “rico e fino”. 
B) A oposição entre a Colônia e a Metrópole, como núcleo do poema, revela uma contradição vivenciada pelo poeta, dividido entre a civilidade do mundo urbano da Metrópole e a rusticidade da terra da Colônia. 
C) O bucolismo presente nas imagens do poema é elemento estético do Arcadismo que evidencia a preocupação do poeta árcade em realizar uma representação literária realista da vida nacional. 
D) A relação de vantagem da “choupana” sobre a “Cidade”, na terceira estrofe, é formulação literária que reproduz a condição histórica paradoxalmente vantajosa da Colônia sobre a Metrópole. 
E) A realidade de atraso social, político e econômico do Brasil Colônia está representada esteticamente no poema pela referência, na última estrofe, à transformação do pranto em alegria.

02. Assinale a opção que apresenta um verso do soneto de Cláudio Manoel da Costa em que o poeta se dirige ao seu interlocutor. 
A) “Torno a ver-vos, ó montes: o destino” (v. 1)
B) “Aqui estou entre Almendro, entre Corino,” (v. 5)
C) “Os meus fiéis, meus doces companheiros,” (v. 6)
D) “Vendo correr os míseros vaqueiros” (v. 7)
E) “Que, da Cidade, o lisonjeiro encanto.” (v. 11)


Resolução:
01) O poeta Cláudio Manoel da Costa encontra-se dividido entre a cidade (corte)  e o campo que, simbolicamente, representa o mesmo antagonismo entre metrópole e colônia. Ele viveu um tempo em Lisboa, onde conheceu a vida na metrópole; ao retornar à terra natal (Minas), confrontou-se com a aspereza dos “montes” e outeiros”.
Resp.: B
02) Em “torno a ver-vos, ó montes: o destino” o termo “ó montes” é um vocativo dirigido ao intercolutor imaginário (como se o autor estivesse falando com os montes).
Resp.: A

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